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Doença de Alzheimer
Doença de Alzheimer

CORPO + MENTE = SAÚDE PERFEITA

 

Resumo:

 

     Neste artigo apresentaremos dados científicos a respeito da importância da prática de exercício físico orientado corretamente para pacientes com doença de Alzheimer.

 

     A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência, afetando cerca de 24 milhões de pessoas no mundo. Entre essas, 5% estão acima de 65 anos, 40% estão acima de 80 anos, e 45% estão acima de 90 anos, indicando que a doença de Alzheimer aumenta progressivamente com a idade (Lopes e Bottino, 2002; Reitz et al., 2011).

 

     Por essa razão que o envelhecimento é considerado, juntamente com as causas genéticas, o maior fator de risco para o aparecimento da doença de Alzheimer (Daviglus et al., 2011). O sintoma mais comum da doença é a perda acentuada da memória, seguido por confusão mental, alterações de humor, depressão e falhas na linguagem (Patterson e Bolger, 1994; Zec e Burkett, 2008).

 

     Sabe-se que os neurônios na doença de Alzheimer deixam de funcionar adequadamente e morrem após perderem suas conexões com outros neurônios. Esse fenômeno é verificado primeiramente em locais específicos no cérebro que estão envolvidos com a memória e prolifera-se ao longo do tempo atingindo áreas envolvidas com o raciocínio, a linguagem, e outras funções (Shinosaki et al., 2000; Zec e Burkett, 2008).

 

     Vídeo sobre a doença de Alzheimer

     https://www.youtube.com/watch?v=jlGMh_fEDlI

 

Exercício físico e doença de Alzheimer:

 

     O exercício físico é um importante meio de manutenção da saúde, pois atua melhorando a função cardíaca (reduzindo a frequência cardíaca e aumentando o volume sistólico de repouso), respiratória (diminuindo a ventilação pulmonar para a mesma carga de trabalho) e muscular (aumentando a densidade capilar, o número de mitocôndrias e a quantidade de glicogênio no músculo) (ACSM, 2006).

 

     Além desses efeitos benéficos ao corpo, o exercício físico tem emergido como um importante “estimulador” cerebral (Erickson e Kramer, 2009). O exercício é capaz de produzir sensação subjetiva de bem-estar e mudanças positivas no estado de humor (Folkins e Sime, 1981), aumentar o estado de atenção e a compreensão da leitura (Hillman et al., 2009), melhorar a memória e o raciocínio (Erickson et al., 2011; O’Malley, 2011), e reduzir a depressão e ansiedade (Martinsen et al., 1985), aumentado na liberação de neurotransmissores favorece a comunicação celular e a formação da memória (Medina e Izquierdo, 1995), formação de novos vasos sanguíneos ajuda melhora das funções cerebrais por facilitar o transporte de nutrientes, oxigênio e fatores neurotróficos importantes para a sobrevivência e manutenção dos neurônios (Lojovich, 2010).

 

     Baseado nessas observações, diversos pesquisadores constaram a importância do potencial terapêutico do exercício físico na redução do progresso da doença de Alzheimer, na melhora no desempenho cognitivo em testes de atenção, habilidade verbal e estado mental realizados em pacientes com esta síndrome Palleschi e coautores (1996).

 

Conclusão:

 

     A doença de Alzheimer é um processo neurodegenerativo progressivo que acarreta em distúrbios emocionais e cognitivos (Patterson e Bolger, 1994; Zec e Burkett, 2008). Esse fenômeno tem sido verificado em locais do cérebro que estão envolvidos com a memória o raciocínio, a linguagem, e outras funções (Shinosaki et al., 2000), podendo levar o idoso à perda gradual da capacidade funcional e à incapacidade para realizar as atividades de vida diária, as quais contribuem para a redução da sua independência.

 

     Por outro lado, a prática de exercício físico tem surgido como um importante estimulador cerebral, sendo capaz de melhorar o estado de humor, de atenção, de aprimorar a memória e o raciocínio (Erickson e Kramer, 2009), aumentando a resistência do cérebro, melhorando as disfunções cognitivas encontradas em condições patológicas da doença de Alzheimer.

 

Referências bibliográficas:

 

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